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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

 

PROTAGONISMO JUVENIL - O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?

 

Por Professor Francisco Carlos de Mattos#

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo(...
)

(…) Somos tão jovens“¹.

(Legião Urbana - Tempo Perdido) 

 

INICIANDO CONSIDERAÇÕES

            Não se pode prescindir da perspectiva de que o incentivo ao protagonismo² só pode vir de quem o experimentou um dia ou de quem acredita que ele possa vir a ser nos nossos jovens. Nesse caso, o termo não pode se restringir a uma simples palavra,

Ainda que exista um conjunto de experiências, iniciativas e lutas "por/com/das crianças", o que contribui para a progressiva inclusão das crianças na agenda sociopolítica mundial, sua efetiva participação como protagonistas acontece ainda a passos lentos (Sarmento, Fernandes, & Tomás, 2007) ³.

            Nesses termos, protagonismo como parte de um belo discurso, como essência puramente teórica, já existe há mais de cinquenta anos, quando da mudança de uma lei profundamente retrógrada, para outra, disfarçadamente, democrática e participativa (4024/61 para a 5692/71).

            Apesar e além de a específica lei que assegura os direitos e deveres de crianças e adolescentes já ter feito 31 anos (13 de julho de 1990) e não mais ser, ela mesma, uma adolescente, não deixa de ser uma jovem.

            Aqueles adolescentes da época da sanção do ECA, destacando o com a idade limite de 18 anos, hoje já pode ser visto como um senhor com 48 anos.

            Muito provavelmente iremos nortear uma reflexão sobre quem foi e o que deixaram de fazer por este senhor, quando estava com os seus dezoito anos, para não incorrermos nos mesmos erros que foram feitos com ele. Nossos jovens merecem um olhar mais atento e ações profundamente afirmativas, para que os que, nesse momento, nasceram entre 2010 e 2003, sejam mais privilegiados que aqueles.

 

DO JUVENIL DE ONTEM AO DE HOJE: O QUE FIZERAM DE MIM E O QUE FAÇO COM O QUE FIZERAM DE MIM?

(...)No protagonismo juvenil a participação do jovem deve ser uma iniciativa legítima e não simbólica, onde são criadas oportunidades para que o estudante possa procurar, ele próprio, a construção de sua identidade⁴.

 

            Não foi porque não tivemos a oportunidade de sermos contemplados com uma educação mais participativa, mais cidadã, que não vamos procurar uma prática diferente para os nossos jovens alunos.

            O título-tema desse Encontro, que, também, o é desse texto, é um belo convite à reflexão do que pode ser feito por nosso(a)s menino(a)s, para que não sofram o que padecemos.

            Precisamos, enquanto profissionais da educação, insistir com reflexão/ação permanentes para tornar realidade esse protagonismo juvenil.

            Ajudaria e muito para a consecução dessa ação, que a prática educativa em nossas salas de aula fosse efetivada com bases no pensar-fazer-repensar-fazer certo e que todo conhecimento científico dos componentes que embasam a Matriz Curricular fizesse um link com a realidade imediata dos nossos jovens. Esse seria, salvo melhor juízo, o caminho mais perfeito para se alcançar um protagonismo.

 

 

PROTAGONISMO JUVENIL - O QUE TENHO A VER COM ISSO? FINALIZANDO CONSIDERAÇÕES.

 

“O jovem se torna o elemento central da prática educativa, participando ativamente de todo o procedimento, desde a elaboração, a execução até a avaliação das ações propostas. A ideia principal é fazer com que o jovem tenha uma legítima participação social, contribuindo não somente à escola, como também com a comunidade em que está inserido”.

 

 

            Não há ensino sem uma real construção de conhecimentos e essa não existe se não for para tornar a vida dos jovens mais produtiva, mais feliz.

            Uma relação pedagógica que não tenha como foco principal a perspectiva que JACQUES DELORS, há vinte e dois anos (mais tempo que o mais velho dos jovens previsto no ECA), definiu para a educação do Século XXI, não levará aluno algum ao protagonismo. Essa são “os quatro pilares da educação: “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a viver juntos” e o “aprender a ser” . O seu relatório foi intitulado como “Educação, um tesouro a descobrir”. Infelizmente, ainda não foi descoberto como deveria.

            Assim entendemos que temos muito a ver com a construção do protagonismo juvenil, contribuindo com a reflexão-ação, com a efetivação, já com vinte e dois anos de atraso, dos quatro pilares da educação.

            Ainda não conseguimos nos desvencilhar da educação pautada num tradicionalismo pedagógico, onde, até então, o protagonismo continua sendo do professor. O aluno, raríssimas vezes, exercita essa ação ou é chamado a isso.

            Nós, profissionais da educação, portanto, precisamos, antes de pensarmos em levar o aluno em se constituir em protagonista, pôr em prática o que nos foi negado. Se pegarmos como exemplo o docente e/ou o professor Orientador Educacional que esteja com vinte e oito anos (levando-se em conta que tenha começado seus estudos, no 1º ano, aos 6 anos de idade), tendo nascido junto com os quatro Pilares da Educação, de Jacques Delors, ainda há alguma esperança, mesmo que tardia, do protagonismo do aluno se tornar uma realidade.

            O que eu tenho a ver com isso? Penso que todos nós temos a resposta.

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

¹. Disponível em: https://capricho.abril.com.br/comportamento/11-hinos-musicais-que-resumem-perfeitamente-a-adolescencia/. Acesso e captura em 09/10/2021.

². Qualidade da pessoa que se destaca em qualquer situação, acontecimento, exercendo o papel mais importante dentre os demais. Disponível em https://www.dicio.com.br/protagonismo/ . Acesso e captura em 09/10/2021.

³. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1794-47242010000200003. Participação social e protagonismo: reflexões a partir das Conferências de Direitos da Criança e do Adolescente no Brasil. [SOUZA, Ana Paula Lazzaretti*; FINKLER, Lirene **; DELL’AGLIO, Débora Dalbosco***; KOLLER, Silvia Helena.****. Acesso e captura em 10/10/2021.

* Psicóloga, mestre e doutoranda em Psicologia. Instituto de Psicologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Rua Ramiro Barcelos, 2600. Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: anapaula.lazzaretti@gmail.com.

** Psicóloga, mestre e doutoranda em Psicologia UFRGS. Psicóloga da Fundação de Assistência Social e Cidadania, Porto Alegre. E-mail: lirenefinkler@yahoo.com.br.

*** Doutora em Psicologia e Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS.

**** Doutora em Educação e Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS.

⁴. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/politica-educacional/protagonismo-juvenil.htm. Acesso e captura em 10/10/2021.

. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/pilares-da-educacao. Acesso e captura em 10/10/2021.

⁶. Disponível em: https://impulsiona.org.br/tudo-sobre-protagonismo-juvenil/. Acesso e captura em 10/10/2021.                                                                                                                          

# Professor Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Cabo Frio desde 1990. Aposentado da matrícula onde atuou na Escola Municipal Alfredo Castro e atuando, numa segunda matrícula, no Colégio Municipal Rui Barbosa. Mestre em Educação pela UERJ, tendo iniciado o Curso de Doutoramento (por enquanto com trancamento de matrícula).

Compenetrado para 2010

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