O PSEUDOINTELECTUAL E O ANALFABETO POLÍTICO: O ADMIRÁVEL GADO NOVO
Francisco Carlos de Mattos
A ideia não é subestimar quem quer que seja. Não, não é!
Mas, a cada passo que damos, percebemos o quanto o cidadão brasileiro faz parte de uma boiada.
Não, não tem nada a ver com questões específicas ligadas aos eleitores do Presidente JB. Queremos norteá-los, assim como os que, felizmente, não votaram nele.
O povo brasileiro, os eleitores desse imenso país, é uma tremenda boiada.
No que se refere ao nosso município, para delimitarmos bastante essa singela reflexão, pode-se trabalhar com os eleitores dos 230.378 habitantes. Então, partindo desse princípio, e trabalhando com os 149.701 eleitores, pode-se dizer, e peço desculpas pelo, talvez, exagero, 98% desses, aproximadamente
146.706, são personagens da bela "canção-história" de Zé Ramalho:
Admirável Gado Novo
"(...)
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa dos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado eh
Povo feliz (...)"
E dentre essa gritante porcentagem, pode-se destacar uma ínfima, quase que imperceptível, que representa um pequeno grupo - esse sim! - que gosta de tripudiar sobre "os que fazem parte dessa massa", os massa de manobra, os semi-analfabetos, os analfabetos políticos, se achando os fodões.
Na verdade, são piores que a "MASSA". Essa pelo menos vota em fulano, achando, inocentemente, que ele vá fazer alguma coisa pela e na cidade, que vá melhorar a sua vida nada fácil! Já aqueles, achando-se espertos, agarram-se ao saco escrotal dos que vão gerir a cidade, ficando numa relação servil.
Sendo assim, constitui-se a máxima do "farinha pouca, meu pirão primeiro".
E para engabelar a população, para tranquilizá-la, os gestores baixam um decreto e o que mais se ouve e lê por aí, nas redes sociais, é, mais ou menos, isso:
- Está vendo, eu não disse que ele seria diferente? Que iria melhorar a nossa cidade?
Enquanto isso algumas famílias choram os seus mortos e outros se mostram desesperados tentando encontrar um leito onde não há!
E a cidade continua aberta aos que tiveram as suas fechadas e "a banda toca, os cães ladram e a caravana passa!"